sábado

Como regular o Retrovisor

Enxergar o mínimo das laterais do veículo é o ideal, diminuindo pontos cegos e aumentando a área de visão.
Já se foi o tempo em que os retrovisores eram meros coadjuvantes de um veículo. Prova disso é que até décadas atrás os automóveis saiam de fábrica com o espelho somente do lado do motorista, como se o perigo de uma colisão não viesse de todos os lados, e atualmente não há um que não o tenha também do lado do passageiro. É justamente pela necessidade de se enxergar, e bem, os elementos ao redor do carro que o retrovisor agrega tanta importância. Com o inchaço de veículos e motos nas ruas - esta última, pela facilidade de locomoção entre os demais e a imprudência dos que as conduzem, representa um risco ainda maior com relação à sua visualização - os espelhos externos assumem a responsabilidade de ser o terceiro olho do motorista, que além de estar atento a ele, devem saber também a maneira correta de ajustá-lo para que assim sejam um elemento a mais de segurança.
Correto
Segundo Felício Schilingovski Félix, analista técnico do Cesvi (Centro de Experimentação e Segurança Viária), o importante no momento de se ajustar os espelhos é obter melhor visão periférica, aumentando o ângulo de visão. "Os espelhos retrovisores externos tanto direito quanto esquerdo devem ser ajustados de modo a se enxergar o mínimo possível das partes laterais do carro. Olhando de cima, os retrovisores estão em ângulo de 90 graus. À medida em que fecha este ângulo, diminui a visão lateral e se enxerga mais o carro e menos o lado externo. O certo para se ajustar corretamente o retrovisor é, partindo de um ângulo mais aberto, onde não se veja nada do automóvel, fechar gradativamente. Quando se começa a enxergar um pouquinho do veículo, é preciso voltar e a partir daí enxerga-se o ambiente externo. Tem que enxergar o mínimo possível da lateral e o máximo possível da área refletora do meio externo. Uma boa relação de visão com o retrovisor significa que tem uma área cega, sempre vai ter, mas se consegue ter bom alcance visual, um bom campo de visão para conduzir o carro", explica.
1. Partindo de um ângulo que possibilita enxergar as laterais, deve-se abrí-lo, para melhoria da visão externa. 2. Quanto mais aberto estiver o ângulo, melhor é a visualização do lado externo do veículo para o motorista. Desnecessário O analista técnico destaca que a visualização da lateral do automóvel diminui o ângulo de visão do condutor, sendo completamente desnecessário. "Não é necessário porque o mínimo de área que vai se dedicar para ver o veículo diminui o campo de visão e aumenta o risco em manobra. O retrovisor é um componente passivo, que não vai produzir nenhum tipo de efeito no trânsito. O espaço ao lado, exterior do carro, onde possa estar ocorrendo aproximação de outro veículo e havendo risco, tanto quanto antes enxergar, melhor. Para isso, é necessário maior visualização da parte periférica lateral do veículo, mas não a lateral do mesmo", afirma. Félix conta ainda que já foram comprovados em estudo que o ajuste incorreto dos retrovisores externos ampliam as áreas cegas do motorista em relação ao ambiente, aumentando os riscos de acidente. "Existem estudos que mostram que um ajuste malfeito de retrovisor pode dobrar a área cega. O ajuste correto, ainda que não elimine os pontos cegos, reduzem os riscos em situação de manobra. O motorista tem assim uma noção periférica de tudo que ocorre ao redor do automóvel de forma satisfatória. Uma colocação errada dos retrovisores pode reduzir pela metade a visibilidade e expõe risco de acidentes em manobras no trânsito. Vendo veículos e motos que pudessem ser atingidos involuntariamente, se o retrovisor tivesse sido ajustado corretamente, permitiria um campo de visão e visualização melhores", finaliza. João Montsserrat - Estado de Minas